Mesmo com crescimento da demanda, carência de componenetes globais freia aumento da fabricação em Manaus
A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) totalizou 63.908 unidades em agosto. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, esse volume é 4,3% superior ao produzido em julho do presente ano (61.283 unidades) e 45,2% menor que o registrado no mesmo mês de 2019 (116.525 unidades).
No acumulado de janeiro a agosto foram fabricadas 374.685 bicicletas, o que representa uma queda de 36,8% ante as 592.844 unidades que saíram das linhas de montagem no mesmo período de 2019.
Na avaliação de Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, o principal gargalo enfrentado pelas fabricantes é a falta de insumos. “Com a pandemia da Covid-19, estamos vivendo um boom de vendas, já que o uso da bicicleta é um modo de evitar aglomerações, comuns no transporte público. Nesse cenário, mesmo trabalhando acima de sua capacidade, as fabricantes globais de peças não têm condições de atender à demanda das fabricantes brasileiras e de outros países”, explica.
O vice-presidente acredita que a normalização do abastecimento de peças deverá acontecer a partir de 2021, mas faz um alerta. “Esse processo será gradual, pois haverá necessidade de ajustar a capacidade de produção, o que requer um planejamento minucioso que não conseguimos fazer em poucos meses”, afirma.
RESULTADOS POR CATEGORIA
A Mountain Bike (MTB) foi a categoria mais produzida em agosto, com 31.509 bicicletas. O volume foi 21,8% superior ao registrado em julho do presente ano (25.874 unidades) e 28,1% menor ante as 43.827 unidades fabricadas em agosto do ano passado.
Confira a seguir o comparativo de produção por categoria:
No ranking do acumulado do ano, a categoria mais produzida foi a MTB, com 208.690 unidades e 55,7% de participação. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (124.659 unidades e 33,3% de participação), seguida pela Infantojuvenil (31.881 unidades e 8,5% de participação), Estrada (6.523 unidades e 1,7% de participação) e Elétrica (2.932 unidades e 0,8% de participação).
DISTRIBUIÇÃO POR REGIÃO
Em agosto, a região Sudeste foi a que mais recebeu bicicletas fabricadas no Polo Industrial de Manaus. No total, foram destinadas 32.513 unidades, representando queda de 3,9% na comparação com julho (33.845 unidades) e também queda de 52,7% em relação a agosto do ano passado (68.688).
A região Nordeste veio na sequência, com 11.692 bicicletas, o que representa uma alta de 40,9% na comparação com julho (8.299 unidades). Na comparação com o mesmo mês do ano passado (15.032 unidades), houve queda de 22,2%.
Com 11.413 unidades recebidas, a região Sul ficou em terceiro lugar. O volume foi 1% maior ante as 11.296 bicicletas registradas em julho e 52,4% inferior na comparação com agosto de 2019 (23.985 unidades).
Em quarto lugar, ficou a região Centro-Oeste, com 4.360 bicicletas. O volume foi 7,7% superior ao registrado em julho do presente ano (4.049 unidades) e 6,7% menor na comparação com agosto do ano passado (4.675 unidades).
A região Norte veio na sequência, com 3.930 unidades, o que corresponde a um aumento de 3,6% em relação a julho (3.794 bicicletas) e queda de 5,2% na comparação com agosto de 2019 (4.145 unidades).
A região Sudeste também liderou o ranking de distribuição do acumulado do ano, com 200.775 bicicletas recebidas, o que correspondeu a 53,6% do total distribuído. Na sequência, vieram as regiões Sul (67.545 unidades e 18% do volume total), Nordeste (58.469 unidades e 15,6%), Centro-Oeste (27.202 unidades e 7,3%) e Norte (20.694 unidades e 5,5%).
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, em agosto foram importadas 7.705 bicicletas em todo território nacional. Na comparação com julho do presente ano (2.635 unidades), houve aumento de 192,4%. Em relação ao mesmo mês do ano passado (6.889 unidades), houve alta de 11,8%.
O maior volume de bicicletas veio da China (4.731 unidades e 61,4% do total). O segundo e o terceiro lugares também foram de países do continente asiático. Pela ordem, vieram de Taiwan (1.954 unidades e 25,4% do total importado) e do Vietnã (971 unidades de 12,6%).
De janeiro a agosto, foram importadas 35.982 bicicletas, representando um recuo de 4,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (37.793 unidades).
As posições no ranking do acumulado do ano foram mantidas. Em primeiro lugar, ficou a China com 26.233 bicicletas e 72,9% do volume total importado, seguida por Taiwan (5.431 unidades e 15,1% do total importado) e pelo Vietnã (1.764 unidades e 4,9%).
Ainda de acordo com os dados do portal Comex Stat, em agosto, foram exportadas, em todo o território nacional, 3.103 bicicletas, o que representa uma alta de 39,3% na comparação com julho do presente ano (2.277 unidades). Em relação a agosto de 2019, quando foram embarcadas 95 unidades, houve alta de 3.166,3%.
O principal destino foi o Paraguai, com 2.200 bicicletas e 70,9% do total exportado. Em segundo lugar ficou a Bolívia (670 unidades e 21,6% do total exportado), seguido pelos Estados Unidos (150 unidades e 4,8%).
No acumulado do ano, as exportações atingiram 9.217 bicicletas, correspondendo a um recuo de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado (10.655 unidades).
Os três principais mercados foram países da América do Sul: Paraguai (4.910 unidades e 53,3% do total exportado), Uruguai (1.866 unidades e 20,2%) e Bolívia (1.666 e 18,1%).